quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Hoje sou, em forma de chafariz,
Um jorro vario, algo a ser feliz,
Uma brandura calma
Uma lisura dalma
Hoje vou  ao que condiz.


sábado, 26 de agosto de 2017

Passaro azul (A Charles Bukowski)


Eu quero um canto
Para que o faça voar
Livre, e razes noite infinda
A sentir a brisa fria,
Almejando ardor dia;
Santas canções que imploro
Em confidencia secreta.

-perdoai- me poeta,
Pois, eu sim, choro!

T.v.V eiga

Da sensação



Não sentir é trair-se!
Há uma fartura 
Em tudo, mas, se despir-se e,
Forte abraçar sensações,
Faz da face lisura
Afogada em seu colo.

Sentir não é algo que esmolo,
Sim, curtir as  aspirações
Fazendo brotar o estar. vivo!

T. V. Junqueira

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Maturando


Viver é saber tua perda;
Como o eu que desagua
Das mãos do querer.

T.v//veiga

quarta-feira, 22 de março de 2017

domingo, 19 de março de 2017

Enquanto a tenho nos lençóis 


Teu corpo... a única ilha
No oceano do meu desejo..”
É nele que venho suprir o almejo;
Vento que serpenteia a quilha
Minha , eriçadas por repousar
Nas areias de um ensejo;
trago por caloroso enfunar

T.V///junqueira


DA MENTIRA


Essas sim são imorais,
Essas sim são indecentes”,
Os pejos , os coros de donzelas,
Flores e pétalas com mazelas,
Que em meio ao visto tem tanto requinte,
Nas grutas nem nota de vinte
Chega para pintar teu coro de donzela,

Sereia infanta , de muito cadela

T.V///junqueira

PALAVRA EM ATO.

Moralistas,perdoai! Obedeci. . .”

E do lábio um poema encarnado proferi

,Nuca vi o verbo em deliro, nunca vi

Como este que em língua despi,

E mais que Manoel de barros percebi

O som do calor no momento que supri. 

T.V///junqueira

A ORIGEM DO MUNDO

Quero a puta quero a puta”
Como um ritimo a porta,bate
O desejo do menino poeta
E ela arregaça  a vulva ao sorriso
E ei um sono profundo
No calor primal 
Cor descomunal

Na origem do mundo.

T.V///junqueira

quarta-feira, 15 de março de 2017

Cinzas


Larguei meus fumos
E a pus em meios dedos,
Parecia eternos aedos,
Este anelo que pomos em sumos.

Mas vi que anos após
Não tinha vos , eram cantos
Abafador por pigarros e prantos,
E saiu de mim um negrume de nós.

E vi-me tuberculoso de rancor,
Pois te traguei , sem amor ,
Num fingindo fumar ...

Mas juro que te suspiro hoje verdadeiro
Pois se os cigarros não me matam por inteiro

Não será teu amor que irá .

T.V.junqueira

terça-feira, 14 de março de 2017

me dera teu cinismo ingenuo,
e botei o de baixo do travesseiro.
quando a estrela se erguia
num encanto de desencanto.

então , presente seguinte , ao despertar
meu olhos sondaram o travesseiro
e vi que que dormia num arvoredo.

seco , nu, como no inverno.
e vi que dormia no eterno
sonho da fada transmutar o suvenir
que me dera , quando da boca sua
a inocência veio cair.

feito dente de leite, onde num repetir
erro de cultivar as coisas perdidas

 botei tua inocência ;presa cínica cingida
que sob o leito ascendeu-se arvorecida.
tua mimesis brotou em despedida

na semente de um sonho , engradecida,
germinando natimorta , despida
tua ilusão elevou meu sono , apodrecida.

botei teu cinismo sob o travesseiro ,
invocando a fada da vida ,
e de baixo da minha fantasia enternecida
brotou um arvoredo de solidão e coisa partida.


segunda-feira, 13 de março de 2017

Fotografia; das fotografias.


são instantes presenciados,
o beijo e teu molhado ,
o sorriso alvorado.

todo o belo eternizado ,
repetido em porta-retratado
nos negativos positivos , fotografado.

o momento inesperado,
o acaso capiturado,
o adolescente desvendado
o segredo desnudado

kayros pelos cabelos puxado ,
cronos e teu estômago engessado.
todo futuro presente passado,
todo o mistério na imagem do existir, não revelado.

o agrado , a criança , a caricia , o amado.
é o todo que não se vê em sentido do capturado


                     e não capturado...

T.v//Junqueira.

Fotografi; Do Tempo.


devoras em tua mesa
toda tenra carne ,
como o vento mastigando
as nuvens , desmanchando.

te apetece com o que é novo ,
pois o velho é vulgo e rançoso ,
é mórbido , e o efêmero é o teu gozo

sorri de um jeito aquoso
nas fotografias , aparente e sigiloso
do momento em que se dá repouso .

todo filho teu ja declamou com torpeza
que de ti apartara essa fome , impureza.
enquanto isso, em leviano andar, isento,
não preocupa-te com a prole que se é momento.

T.V///junqueira

sábado, 11 de março de 2017

Fotografia: Do vasto campo


já me corroeu aqui por dentro
todas as esperas que tive, 
foram desilusões e reprises
de martírios e pétalas esmagadas
pelo os próprios passos.

quem sabe, o tempo me ensine 
outros mistérios ,engenhos,
onde saiba tirar essências de espinhos,
torna-las fragrâncias contra os moinhos
de angustias empreguinadas na pele.

quem sabe , o tempo sinta pena ,
e não morda as maçãs da face 
quando elas viçam na solidão 
róseas , vermelhas em detrimento e profusão...

já me corroeu aqui por dentro
as gotas sulfúricas do imaginar,
possibilidades futuras em passados,
repetindo junto aos pingos transpassados
nas horas.

e me pergunto , a sina que tem a flora,
onde o prado enverdeja sem que bocas a espere.

TV.//eiga


"A tempestade"


lá , elas
inquietas sombras
dançando juntos as
tempestades de areia
que vem.

motivo
por ter rejeitado as nereidas
por uma enamorada donzela
e a mesma que muito sabida
foi o quem

roubou minha vela .
deixando-me em náufrago
neste vasto deserto,
roubou as asas
do hipogrifo , sem poder sonhar,
e me fez ver o quanto sou  mortal.

lá, elas
inquietas sombras
dançando junto as
tempestades de areia
que vem

numa bruma
fatídica, flechada em luzes
como se o mistério reabrisse 
as cortinas de um palco,
onde as personas do disse e me disse
entoassem os cantos das perdas

em ventanias ,
entre os flancos, lobulosos 
temporais, onde o silêncio sabulosos 
dos ais abalam os lóbulos 
em tempestades areais.

lá ,elas
inquietas sombras
dançando junto as
tempestades de areia
que vem 
e vai. . .

T.v//eiga

quinta-feira, 9 de março de 2017



um menino , perverso
com graveto afiado
enterra-o no verso
de tudo que é criado.

é pirata , navegando em pelejo,
desvendando tempestade, socorrendo moribundos desejo
que se afogam nas verdades.

é barbaro , em brutal sonda
sem roupas, nu , defronte as amadas, as paixões e falanges da solidão em ronda.
onde feridas palavras perdem as tripas.

é, e basta,
afasta
teu corpo
do limo
confuso
difuso
da sina;
fulmina
em fumos
os prumos
fidalgos
dos muros

que rompem a fantasia
e traz uma cinza asia

ao mundo
que moribundo
de ar onírico
é empirico

terça-feira, 7 de março de 2017

DIA DA MULHER


HOJE AINDA ENCANTA,
O BELO CANTO DE UM TROVADOR,
O MUNDO SABE O QUANTO ESPANTA
A FORÇA E BELEZA QUE HÁ NA FLOR .


fotografia : Do Trem Novo


engole cada um o cada outro,
e morrem , os mortos.
suas fomes e necessidades
seus sentires e felicidades.
é ter mais que brevidade 
nas mãos , obliquidade
exacerbada, o instantâneo
supérfulo em falso contemporâneo.

engole , cada um no outro
a indolência , e mais que esculturas
o tempo lhe comem em sepulturas
e nada de manifesto há
nos entes do secular já.

engolem cada um o outro, 
a linha reta da sina, o mesmo traçado
cada qual acoplados em ar refrigerados,
em normalidades de mesmice similar
como peças de carnes ,suspensas, para o estado consumar  .

engolem cada um ao outro,
sem antropofagia ,
só uma elegia 
de rimas e versos 
                            em shopping 
ou grife retórica
                           messadas
na etiqueta.

engole um ao outro,
sem arte , ou rito de culto,
mas sim sepultos
na viseira social.

engolem , uns , outros 
o presente tempo como placebo!

T.V//EIGA

Fotografia; Da Naturalidade.


meu avô corta o o dia com faca,
para que uma manhã brilhe;
não porquê seja ansioso,
mas por teu olhar não sentir mais 
as cores,
e a velhice ser sua aurora.

minha avó morde as nuvens,
como algodão doce,
não porquê seja ingênua ,
mas por teu paladar mastigar a seiva,
os sabores,
e nunca deixar viço de tal ao tempo.

enquanto eu , da maçã do amor,
melífluo teu doce lacônico ,
lambendo as horas como caldas, 
sorrindo ao tempo como amigo ,
imaginário. 

T.V///eiga

sábado, 4 de março de 2017

Fotografia: do Gálata Moribundo


meus braços ja não pendem mais
aos céus,aos réus desta batalha
que tanto resistir e sofro nesta malha
nua , de pele que tanto estufei aos demais.

brami o brado, dilatei-me do pescoço
as veias que pulsavam em mim o calor
que encontrei em ti num infante delírio de moço ,
e eis-me  sorvendo agônico o agror.

preso , tua arena urrei,em riste contra roma,
junto a smertrios degladiar a víbora que lhe encalacrou,
e no arrebol , ter em suas curvas a luz que belissama ornou,

mas eis que o mesmo invisível peso agora, era o de outrora,
quando nu , heróico desbravei e indolente perfurou-me a senhora,..

e não houve cataplasma violeta ,poetisa, a estes perverso , império amor.

T.V///eiga


Fotografia :da Juventude


A rua lhe da a estrada ,
e aquele no leito do quarto
não sabe o silencio que percorre a madrugada,
aquele que se encontra farto,
não sabe o orgasmo na amada,
nem que dissoluto provenha de sensível parto.

os escombros ermos ,
o anfiteatro de lermos
a carne e o sulco
na luz do sepulcro,
por obtermos louros, joviais:

as asas de ancestrais ,
mas sem jus, e sim uma florescência 
maculada em truz, pois consciência 
castrada , ao mesmo que morde 
o fruto é mordida pela sedução,
e só morrem de paixão 
os que se isentam prazer; efêmero lorde.

e aqui vos digo,
não há morte nem perigo, 
nem sorte ou abrigo,
são só pernas , vontades, vigo
de mundo , que sei de tocar e não ligo.

eis aqui , o tempo , o simbolo e o espaço,
eis me eu próprio o signo de tudo , mas em tudo me desfaço
pois além de efêmero e escaços,
não sobrevive o corpo na sua pintura , nem mais um traço...



jovens: trêmulos, desenhamos as coisas turvas....

T.V//eiga

sexta-feira, 3 de março de 2017

Fotografia do maneirismo em cãibra .


hoje os poemas nãos sangram,
suas cicatrizes não os consomem
com esgar e detrimento de subversão
ao querer.
 hoje os poemas navegam ,
sobre ilhargas , entre veias e seus
rios que pulsam .

e a nau dos versos não seguem mais a lua,
e a ventura não se dar a donzela ,
pois mais que luta hoje os poemas desaguam
em mares de prazeres, perverso, pousam
nas linhas das mãos como sátiros ,
oferecendo um brinde as moiras
com indolencia , suor e riso mais vadio.

desatentos , ébrios de rouquidão ,pois
não vão aos cantos .
 descompassados
como um moribundo que não segue o rítimo,
muito menos a rima,
pois hoje a palavra se declina
a bica do tempo , e querem que ela flua
querem que ela flua
e só se abre em sentido ante horário.
               
                os montes....
os céus , as nuvens, as passagens que passam em simbolos
, os simbolos que passam em enigmas,
o sisifo iráscivel rolando a pedra na esfinge,
pela fadiga,
                  os amplexos sorridentes em quimeras,
os filtros de sonhos rompidos
o delírio
o delírio do verbo
                               do absurdo
                                                    do eu ...

hoje os verbos , em versos e prosas não querem sentido,
e muito menos o hermetismo
querem descanso do lirirsmo
querem só morrer.

T.v///eiga

Fotografia da ave mouca.


Sobre o pico da arvore , um lugar
Ermo ,onde galho seco é repouso,
Como um homem , só , sem vagar,
Nas calçadas abissais do pensar,
Ali insuflo o peito a voar
Juntos aos papéis de escrituras que mandei jogar,
Esperando alguém , de quem do algo falar
A resposta oca , como um vento num simples passar;
Trazendo frescor do mistério na face a chorar,
E eis o passarinho , de pulmão num rufar,
"Esperando o sol brilhar"
Brilhar. . . 
E nada mais.

T.V///Veiga

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Dos Minutos


Ó passam, e assim vão,
Inuteis , vãos,
Passam

Erguendo seus braços,
Em choro mais fingido.
Ó adoradores da perda,
Não dela em.si, mas do sentido
Que o efêmero há promovido .
No período em que herda

pois tempo alem de vida
é laços de encalacrado
 presente
sobre nós de coisas partidas
e infinitos dividido em lente.

T.V///V

domingo, 12 de fevereiro de 2017

A noite  ,da mais  que momento,
É tormento pra esvair agruras,
E quem seguras seu firmamento
Sobre o lamento em alturas.

Ó divina indiferença ...

Hoje tu passas por mim
Como algo enfatigado no enfim,
E sondas em Teu adro.

Hoje tenho o estopim
implodindo o algo mais,
mesmo que não se tais
sonhos , eu me ponho
acima de feridas , me recomponho.

ó ama , como tu me olhas,
como dame fatale ,
mas antes que o silencio me cale,
te ofereço não rosa , mas folhas,

que caem da brevidade ,
e proporciona a saudade,
de ti escolher de mim a perda.

a vida não é só atos e amanhãs , mas escolhas do que erdas.

T.V///Veiga


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

 passa tudo , passa , como passa


quando os versos não caibam na palma,
um peso em tua alma, 
em calma lhe corta todo o sentido, 
e dentro de ti fique tudo perdido

estenda, não algo proferido , 
mas sim teu alibido 
de compreender o que se morre;

não basta palavras vivas para a dor, 
sim a jazidas nos papéis em preta cor. 
 
sorva a perda , pois faz sustento a cama em que deitas, 
beba o sacrifício como inexperiência , que um quintana aceitas
e faças que tudo se tem proveito.

nitrifique teu peito, 
refloresça as flores, 
pois poetas amas pétalas, odores, 
mas eis que todos amam mais as dores, 
pois são estas os cheiros perdidos dos amores, 
que se impregnam nos valores 
incontáveis da vida.

 simples,  coisas perdidas, 
e mais belas quando vividas, 
pois eis como cristais, elegantes ,
e quando em pedaços, como amantes, 
jamais se unem ou  sibilam, 
porém nas mãos cintilam .
os cacos, 
e não os percebem etéreos , os olhares fracos,
que jazidos , precisos em miragem , 
não percebes quão a vida é 
helenística passagem.

Como ja dizia o poeta
Quando a cor de tua adolscência desbotar
E sentir o fervor lhe cozinhar, mais que a carne
Volte a teu leito, e sinta o peito.
E não deixe que vejam que tu choras
Quando os vermes alimentam-se de tuas lagrimas.

Eis aqui a força.
Empunhe o florete,
Perfure teu peito,
Sangre o demonio de si,
Faça- o sentir o silêncio,
o mesmo que ele te perfurou
Num sorrir.
E ante a isso , mesmo que ferido,
Saia, e mostre que ferida é o que
Faz estar mais vivo

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Livrai-nos do peso
Da sina que aperta
O ventriculo que pulsa,
Ó vida , das gotas
Que me jorra, amenas
Torrentes de paixões
Órficas , em mudas liras.
"De tudo ficou um pouco"
Do muito que se foi.
E no quarto, nas estantes,
Gritos de amantes
Revirando noites,
Antes gemidos
Açoites pulsantes,
Do que histerias cortantes
No sono do olvido,
 Onde as lembranças
Ensaiam a morte.

Hoje na cama urino a lirica,
Enquanto sonho . E me aquece
A vergonha de acorda no
Liquido que banha meu corpo;
Como uma criança em desespero,
Fujo para o chão
Que me aquieta seco e frio
, enquanto acordado
findo e real.

T.V>V

Ante ao ente.


e se foi um instante
um tempo infante,
algo desimportante ,
a ti indiferente,
e se foi entoante
um tanto estridente,
o canto da estante
empoeirada , impertinente,
se foi só doravante
em nós o descontente,
se nada foi oscilante
e tudo foi rente,
se nunca teve a gente
e sim agente,
e a dor latente
como cardio repente
de quem sente
palavras abafadas, entre dente,
palavras enfadas, serpente,
maça ao aspirante,
sedução proibida , ardente,
fruto de briga constante
do ante ao ente.

T//V.vg

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Palavra


Corta a origem,
Em floretes ressoados,
Grafando nos ventos
O delírio e a vertigem;

Tons que umidecem a virgem,
Consciencia, a faz provar o mundo
E fundo , esgota o suplicio
De pudor ao ato, ao sacrificio,

T////Veiga.

em chuva


a chuva , eu sinto a chuva, 
e teu frescor aguado , cinzento.

o céu desabando nos olhos, 
nebulosos e tácitos, 
e eu ,antes aceso ,
apagado ...
como as guimbas no chão , 
como o cigarro molhado 
que se encontra entre os dedos.
como teus lábios 
de instantes ,segredos,
como brumas do tabaco 
degredos.

como tudo que se vai , 
que se perde...

enquanto molha a face, 
as gostas na pele,  ferem
a secura da alma, 
e fatidica espalma 
a dor , o tempo
você e vocês.
e o sentido 
 amar e morre, 
torna o Ser poesia, 
"faz-se por si mesmo"
no poeta 

T////Veiga

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Arte em eterna forma volúvel


esculto ,o corpo sem
deslizava em teu pescoço , vontade,
onde razão não existia , sem tempo,
sem hora , senhora!

as unhas que sentiu as costas,
abriram  a carne, encravando teu
grito , gozo e atos.

calor ,extorquindo prazer , exaurindo,
fluindo no suor, tatos , sorrisos do há;
na pele que se distendia o é...

hoje, orna teu corpo, duro , na sala erma.
exposta, enfática, escultura de vida e perda;
onde talha a ruína das curvas tuas
marretas e memórias nuas. 

T.T.V

o catador de lixo.


ó penas que ornam as costas, 
pousa-te o mundo ,o mesmo, 
e o peso como é; 
este peso de escolhas, 
feito papelões entulhados 
numa carroça ,onde um condenado 
leva ,puxa ,
 para que reciclem tais,
 lhe dando o que viver...

donde vem a força ,
donde vem ,
a vontade que te move,
para que carregue teu fardo
atlas perdido, 
e o faça motivo 
de querer existir?

olho na pupila da fé, 
pois carne é coisa perecível , 
olho em teu amâgo, mendigo, 
a miséria espremida pelo possível. 

T.T.V

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

passa o tempo em minha rua. 


passou um rio ,
de tempo e horas ,
encharcando o concreto,
inundou , e tudo se fez
em espanto;
quando abri a porta,
o tempo ja me estava no joelho,
e foi casa a fora que me afoguei.

uma correnteza pegou-me o calcanhar,
e la , iara fez o tempo parar.
bem no fundo ,
respirei!

mas quando voltei ,
sem folego e cansado ,
vi porta adentro a secura,
em solidão:

o rio se foi,
secou ...
e o tempo que passou ,
ainda tira-me o ar!

t.v.v

Te beijo em cigarro; ó, saudade que trago.


é saber a perda , 
que queima de mais, 
é olhar  que te mata
em gozo que afaga
as dores dos ais , 
é a bruma no peito, 
contra a nuvem parca
,desejo retido
no trago eleito

é fogo , é rogo
é limo, é lodo, 

é guimba acendida ,
é boca fedida,
saliva sofrida,
é flama perdida 

é cinzas, paixão... 
é a solidão 

flor enegrecida!

T.V.V
Cabralando.


Adora a viga que te olha,
Suporta teu corpo acidente,
E rente ao ente em rachaduras
Úmidas pelos passados contingentes.

Assim se faz a estrutura
Do arquiteto pendente,
Teu edifício,bruta lisura,
É templo de pluralmente.

Se eleva o betão preciso,
Em trabalho de cético conciso,
Poesia ,marca teu friso,
Ruínas dos clássicos no sorriso.

E a ironia da katana que fulmina,
A carne ; morte e vida severina..

T.v.v


sábado, 21 de janeiro de 2017

Uma madrugada oca e vasta.


Escorridas noites
Nas frinchas das mãos
Que afagam os instantes
Dos sumos aos vãos
Talos.

Falus
Barbaros de pudores.
Vulva de amores.
vidas vividas,
E perdidas.

T.v.v

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Da desimportancia.



Parte de mim se renova a cada dia.
E as indecisões, em laminas concisas
Golpeiam , cada passo das sinas.

ainda ,dor que me despia
Seu florete de maior riso,
Perfura-me em alto friso

Quais ornados os mais dos ais ...

Agora, andar restrito, contra o demais
Comedido
Perdido!
estou,
Na consciencia que encruou

t.v.v

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Repassa o punhal,
Em cada mão a cada peito,
Harakiri em proveito
Do melancolico jogral,
Guerreiro uivante,
Que canta pra lua
Um rogo doravante,
Para que ele a possua
Entre as madragudas ;
Que demais nubladas
Turvam ermas o encanto
Do enquanto.